terça-feira, 7 de junho de 2011

SABERES DOCENTES E O DESENVOLVIMENTO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM: INtTRODUÇÃO

por:Arlindo José de Souza Junior
Carlos Roberto Lopes
Este artigo será apresentado  em três partes:
1 Introdução
2 Saberes docentes e objetos de aprendizagem
3 Considerações finais

Este artigo tem origem o estudo sobre o processo de produção
de objetos de Matemática. Entendendo que a reflexão crítica sobre essa
prática pode contribuir para a melhoria do repertório de conhecimentos e,
conseqüentemente, para a profissionalização do professor. Gauthier (1998,
p. 70) argumenta que: “As universidades têm o papel privilegiado no que diz
respeito à profissionalização. Elas são ao mesmo tempo, um pólo de produção
e de legitimação do saber; elas são também instituições de difusão e
certificação dos conhecimentos”.

Os saberes que os professores produzem e executam estão relacionados
com as suas histórias e com a cultura na qual estão inseridos. A respeito da palavra
“saber” compartilhamos as idéias de Fiorentini, Souza Junior, Melo (1998, p. 312).

Para Carr e Kemmis (1988, p. 61), os saberes dos professores são
muito importantes para a sua reflexão crítica em um determinado contexto,
porque os atos educativos são atos sociais historicamente localizados:
“Alguns de nossos ‘saberes’ se desfizeram logo que começamos a
considerá-los seriamente como guias de ação; outros resultaram
modificados, aprofundados, melhorados através da análise e da
verificação ativa”.

Observa-se, desenvolvendo-se os objetos de aprendizagem, a
necessidade de estabelecer um trabalho coletivo entre os professores
da educação básica, os alunos do curso de licenciatura em Matemática
e os professores formadores de professores (CALIXTO, 2003; SILVA, 2005;
SOUZA JUNIOR et al., 2005).

Em Fiorentini, Souza Junior, Melo (1998), quando se concebe o
professor como profissional reflexivo e investigador de sua prática,
passamos a enfrentar o problema do distanciamento e estranhamento
entre os saberes científicos, praticados/produzidos pela academia, e
aqueles praticados/produzidos pelos professores na prática docente.

Nesse processo de reflexão, entende-se que trabalho coletivo poderia
promover o desenvolvimento profissional tanto dos professores como
dos formadores de professores. Apontamos a perspectiva de que os professores universitários que
trabalham a investigação da formação inicial e continuada de docentes
poderiam formar parcerias com os professores do ensino médio e
fundamental com o intuito de desenvolver projetos destinados ao trabalho
no cotidiano da escola.

Borba e Penteado (2001), ao discutirem a presença da informática
nos domínios da atividade humana e em particular nas atividades
escolares, argumentam que uma questão central da entrada das novas
mídias na escola está relacionada com o professor. Realizam a seguinte
observação: “para que o professor em todos os níveis aprenda a conviver
com as incertezas trazidas pela mídia que tem características
quantitativas e qualitativas novas em relação à memória, um amplo
trabalho de reflexão coletiva tem que ser desenvolvido”.

Rodrigues (2006), em sua pesquisa de caráter qualitativo, discutiu
o processo coletivo de produção de objetos de aprendizagem
desenvolvido na universidade e na escola. Nesse trabalho, delineou-se
um esquema sobre a produção social de saberes docentes. Nesse estudo, percebemos que a formulação
das perguntas é uma questão central no processo de produção de objetos
de aprendizagem, pois ela possibilita o estabelecimento do diálogo entre
os alunos e o professor em torno da aprendizagem de determinado
conteúdo escolar específico.

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